Mineiro-Pau é uma dança guerreira
porque nela se usa um bastão como arma de ataque e defesa em simulações de
combate. Recebe ainda a denominação de Bateo-Pau-Mineiro. No grupo, formado por
cerca de 25 componentes, os homens tocam e as mulheres cantam. Os homens vestem
calça comprida e camisa e as mulheres, saia rodada e blusa, seguindo os
enfeites o gosto do mestre. O acompanhamento musical se reduz geralmente a um
acordeão no centro da roda, ao qual se juntam, por vezes, viola, violão ou
violino, triângulo, pandeiro e tamborim. O solista (violeiro ou violinista)
canta acompanhando a música com seu instrumento a fim de animar a dança, que
começa com moças e rapazes formando um círculo de mãos dadas. A direção cabe ao
mestre ou chefe, que comanda, com um apito, as evoluções, as batidas de bastão,
o ritmo, a cantoria.
A formação é em fileiras, círculos, pares, com ou sem dançador no centro. Os
bastões, com cerca de metro e meio, de madeira roliça e resistente, permitem ao
dançador um manejo firme e seguro. Os dançarinos voltam-se ora para a direita,
ora para a esquerda, enquanto sapateiam acompanhando o ritmo e o compasso da
melodia. É uma das mais populares danças de pares soltos conhecidas no Brasil.
Está associada ao ato de corte da cana-de-açúcar, por causa das viradas de um
lado para o outro, ou ao Cateretê, por causa das batidas de palmas, ou ainda ao
Batuque paulista, no qual se insinua a umbigada.
Côco de cacete (Maneiro ou Mineiro Pau)
É uma das típicas e autenticas danças do negro. Foi um côco dançado inicialmente pelos negros escravos, que aproveitavam os raros momentos de folga/descanso para ensaiarem uma dança guerreira de ataque e defesa, para o caso de uma fulga. Quem assistia, no caso dos feitores e senhores de engenho, viam apenas um bailado dançado com dois porretes.
Enquanto a fuga não acontecia, o côco era dançado ao som dos porretes, temperado com o batuque, lundum e outras danças.
Em alguns Estados é conhecido como maneiro pau, mineiro pau ou manejo o pau. Na Paraíba, é conhecido como CÔCO DE CACETE.
Luta? Defesa? Brutalidade? Dança? Arte
Mas, afinal, o que é o Mineiro Pau? Talvez uma mistura disso tudo. Realizado, na maioria das vezes, por homens, estes empunham seus bastões (como um sinal de virilidade), desafiam os companheiros, que fazem o mesmo, e começa o "confronto". Um bate de cá, outro bate de lá. Viram-se, sempre encontrando bastão com bastão, e realizam uma das mais belas coreografias dos folguedos.
Às vezes associado ao ato do corte da cana
verde, por causa das viradas de um para outro lado, ou ao cateretê, por causa
das batidas de palmas.
O mineiro-pau é uma festa de
cores, coreografias, duelos e (por que não?) poesia. Uma mistura de ritmos e
influência, que se difere dos outros folguedos por não ter nenhuma ligação
explícita com qualquer ritual religioso ou feitiçaria. A "dança" é
sempre acompanhada por um batuque de pandeiro, as vezes sanfona e caixa, e
palmas.
Tem cheiro e gosto de
interior, de chão de terra batido e casinhas de madeira. As apresentações
ocorrem em datas variadas, podendo tanto ser em festas que comemoram a abolição
da escravatura ou até mesmo no carnaval. Alguns grupos, como o de Barão de
Monte Alto, organizam uma festa, chamada de "micareme" (que nada mais
é do que um carnaval fora de época) onde desfilam pelas ruas da cidade
mostrando a dança. Muitos grupos têm como parte integrante o boi pintadinho
(RJ) ou o boi-lé (MG).
(fonte: Livro “ Folguedos da
Mata” de Oswaldo Giovannini Junior)
O Livro Folguedos da Mata resulta do trabalho de pesquisa realizado na região da Zona da Mata de Minas Gerais, entre 2002 e 2005,sobre grupos tradicionais populares, seus mitos, ritos, músicas, danças, orações, autos e festas. O Mineiro Pau de Itamarati de Minas está registrado neste livro, pag. 182)
O Livro Folguedos da Mata resulta do trabalho de pesquisa realizado na região da Zona da Mata de Minas Gerais, entre 2002 e 2005,sobre grupos tradicionais populares, seus mitos, ritos, músicas, danças, orações, autos e festas. O Mineiro Pau de Itamarati de Minas está registrado neste livro, pag. 182)
Texto extraído de: https://mineiropau.wixsite.com/mineiropau/mineiro-pau
Fonte Imagem: https://mineiropau.wixsite.com/mineiropau/mineiro-pau
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