terça-feira, 26 de julho de 2022

RELEITURAS: Por medo da Justiça, Sérgio Camargo desiste de retirar livros da Fundação Palmares (23/07/2021)

 Entre as obras que escaparam da “degola”, estão um raro exemplar de “Almas mortas”, do russo Nikolai Gógol, e “Dicionário do folclore brasileiro”, de Luís da Câmara Cascudo



 Livros e conhecimento incomodam os obscurantistas 

desde a Inquisição na Idade Média


Após a péssima repercussão, Sérgio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares, desistiu de retirar do acervo da instituição cerca de 300 livros. Ele, seguindo a linha de raciocínio distorcida do chefe Jair Bolsonaro, queria censurar obras importantes e as classificava como “marxistas, bandidólatras, de perversão sexual e de bizzarias”. 

Ele já estava proibido, havia um mês, pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, de doar livros que pertencem à fundação, de acordo com informações do blog de Lauro Jardim, em O Globo.

A decisão foi transmitida pela Procuradoria-Geral Federal da 2ª Região, que representa Camargo e a instituição, ao juiz Erik Navarro Wolkart, da 2ª Vara Federal de São Gonçalo.

O magistrado havia cobrado informações a respeito do caso, no mês de junho, e fixado multa de R$ 500 por cada livro que fosse retirada da fundação.

Entre as obras que escaparam da “degola”, estão um raro exemplar de “Almas mortas”, do escritor russo Nikolai Gógol; “Dicionário do folclore brasileiro”, de Luís da Câmara Cascudo; e escritos de Caio Prado Jr., Celso Furtado, Eric Hobsbawm, Karl Marx e Max Weber. 

Ameaça

Depois da proibição da Justiça do Rio, Camargo havia ameaçado, pelas redes sociais, apresentar um recurso para tentar reverter a decisão. Em seguida, passou a dizer que manteria a parcela do acervo trancada no que chamou de “Ala da Vergonha” ou do “Aparelhamento”.

Porém, ao final, como acontece normalmente com os bolsonaristas, desistiu da ideia e foi obrigado a “engolir” a decisão da Justiça. Pelo menos por enquanto.

“Queima”

Ex-editor da Caros Amigos, Marco Frenette, era o personagem por trás da “queima” de livros da Palmares. Tanto ele como seu chefe e amigo de infância, Sérgio Camargo, alegavam que os livros não seriam queimados.

Segundo ele, seriam “simplesmente” retirados do acervo e doados para quem os desejar. Como se a ação não tivesse o mesmo significado.

 Proibidos ou queimados, livros incomodam 

ignorantes ou déspotas




Texto extraído de: 
https://revistaforum.com.br/cultura/2021/7/23/por-medo-da-justia-sergio-camargo-desiste-de-retirar-livros-da-fundao-palmares-100864.html
Fonte Imagem:
encantaria cultura popular
https://crb8.org.br/oldsite/proibidos-ou-queimados-livros-incomodam-ignorantes-ou-despotas/

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