O presente artigo busca compreender as relações de estreitamento religioso entre a Folia de Reis, manifestação relacionada ao catolicismo popular (ou santorial) e a religiosidade de matriz africana. No campo a se pesquisar, o município de Leopoldina, Minas Gerais, está a Folia da Maú, formada por uma família negra e umbandista, devotos de São Sebastião. Entre os diversos rituais, está a entrega da bandeira em um centro de umbanda, realizado no dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião no calendário litúrgico católico. Portanto, essa Folia se caracteriza tanto como uma prática do catolicismo santorial, quanto expressão religiosa da umbanda. O palhaço por sua vez, o brincante de tanta expressão e popularidade, entendido pelo viés católico como o Rei Herodes, ou até mesmo o próprio diabo, simbolicamente possui analogias com Exu. Orienta essa comunicação, a ideia de que os traços da religiosidade afro-brasileira e do catolicismo santorial estão imbricados intimamente. Por meio de conversas e entrevistas, análise das imagens rituais no centro de umbanda e na casa de Dona Maú, e da chula dos palhaços, procura-se entender a relevância do mascarado da Folia como produto desse processo de síntese cultural. Portanto, nesse contexto sua posição marginal dá lugar à eminência como representante dessa síntese e como brincante de grande notoriedade e simpatia junto à assistência.
https://www.researchgate.net/publication/332746267_Folia_de_reis_em_Minas_Gerais_entre_simbolos_catolicos_e_ambiguidades_africanas/link/5cc7b08c299bf120978954bb/download
Fonte Imagem: https://arquidiocesejuizdefora.org.br/folia-de-reis-dia-de-reis-na-devocao-popular/
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