sexta-feira, 8 de julho de 2022

O povo conta... (Parte 2)


Origem Europeia

Corpo-seco


Um homem muito cruel, que surrava a própria mãe. Ao morrer, foi rejeitado por Deus e o Diabo. Não foi enterrado, porque a própria terra, enojada, vomitou seu corpo.

Assim, perambula por aí, com o corpo todo podre, ainda cheio de ódio no coração, fazendo mal a todos os que cruzam o seu caminho.

Há relatos desta lenda nos estados de São Paulo, Paraná, Amazonas, Minas Gerais e na região Centro-Oeste.[5]


Lobisomem


Lenda que aparece em várias regiões do mundo, falando da desgraça de um homem que tem sua natureza humana fundida com a de um lobo periodicamente, sob influência da Lua cheia. Nesta condição ele é uma criatura feroz que ataca pessoas.

Ele pode ser o resultado de um pacto de alguém com as forças do mal, ou nasceu na condição de sétimo filho homem de seus pais.[6]


Mula sem cabeça


Lenda hispânico-portuguesa, cuja versão mais corrente é a de uma mulher, virgem ou não, que dormiu com um padre, pelo que sofre a maldição de se transformar nesse monstro em cada passagem de quinta para sexta-feira, numa encruzilhada.

Outra versão fala que se nascesse uma criança desse amor proibido, e fosse menina, viraria uma mula sem cabeça; se menino, seria um lobisomem.

A Mula percorre sete povoados naquela noite de transformação, e se encontrar alguém chupa seus olhos, unhas e dedos.

Apesar do nome, a Mula sem cabeça, de acordo com quem já a "viu", aparece como um animal completo, que lança fogo pelas narinas e boca, onde tem freios de ferro. Às vezes, vista de longe, parece chorar um choro humano e pungente.

Se alguém lhe tirar os freios o encanto se quebra; também basta que se lhe inflija qualquer ferimento, desde que verta pelo menos uma gota sangue.[1]


Vitória-régia


Lenda de origem tupi-guarani, contando que, no começo do mundo, toda vez que a Lua se escondia no horizonte ia folgar com suas virgens prediletas. Se a Lua gostava de uma jovem, a transformava em estrela. Naiá, filha de um chefe e princesa da tribo, ficou impressionada com a história. Quando todos dormiam e a Lua andava pelo céu, Naiá subia as colinas e perseguia a Lua na esperança que esta a visse e a transformasse em estrela. Fez isso por longo tempo, e chorava porque a Lua não a notava. Certa noite, em prantos à beira de um lago, Naiá viu refletida nas águas a imagem da Lua. 

Pensado que ela, enfim viera buscá-la, Naiá atirou-se nas águas e nunca mais foi vista. Compadecida, a Lua resolveu transformá-la em uma estrela diferente, a "Estrela das Águas", a planta vitória-régia, cujas flores brancas e perfumadas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.[1][7]


Saci Pererê


Provável importação portuguesa, relatado primeiramente na Região Sudeste, no século XIX. O Saci Pererê é um menino negro de uma perna só, e, conforme a região, é um ser maligno, benfazejo ou simplesmente brincalhão.

Está sempre com seu cachimbo, e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.

A lenda também diz que o Saci se manifesta como um redemoinho de vento e folhas secas, e pode ser capturado se lançarmos uma peneira ou um rosário sobre o redemoinho.

Se alguém tomar-lhe a carapuça, tem um desejo atendido. Se alguém for perseguido por ele, deve jogar cordões enozados em seu caminho, pois ele vai parar para desatar os nós, permitindo que a pessoa fuja. Às vezes se diz que ele tem as mãos furadas na palma, e que sua maior diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos.

Há uma versão que diz que o Caipora é seu pai.

Os tupinambás tinham uma história afim, uma ave chamada Matita-perera, que com o tempo, passou a se chamar Saci-pererê, deixando de ser ave para se tornar um caboclinho preto e perneta, que aparecia aos viajantes perdidos nas matas.[1]


Cuca


Diz a lenda que era uma velha feia com forma de jacaré, que rouba as crianças desobedientes.

A figura da Cuca tem afinidades funcionais com a do Bicho-papão[8] e o Velho do saco, seres medonhos a quem alguns pais ameaçam entregar as crianças rebeldes.


Referências


1 a b c d e Lendas brasileiras. Brasil Escola
Espinheira, Ariosto. Viagem Através do Brasil, Volume 1, 6a. Edição, Edições Melhoramentos.
Mesquita, Paulo Aníbal G.Mapinguari - Fato ou Mito?. IN Revista Sexto Sentido. 2010-05-06 16:05
4 Cientistas tentam encontrar "monstro da Amazônia". Terra notícias, 07 de julho de 2007- 18h13
5 a b Pericão, Alexandra. Uaná, um curumim entre muitas lendas. São Paulo: Editora do Brasil; 2011; 1ª ed.
6 Lobisomem. Brasil Folclore, 2001
7 Pericão, Alexandra = Uaná, um curumim entre muitas lendas - Editora do Brasil, 2011
8 Folclore Brasileiro - O Bicho papão e a Cuca. Radar da Net, 2011
9 O Boto que vira um rapaz bonito ou Ipupiara. Brasil Folclore, 2011
10 Brandao, Toni (1998). A Iara. [S.l.]: Studio Nobel. p. 16. ISBN 8585445688
11 Lopes Neto, João Simões. O Negrinho do Pastoreio. Disponível em Wikisources
12 Sua Pesquisa. "Lenda da Pisadeira". Consultado em 28 de março de 2015.



Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Lendas_do_folclore_brasileiro
Fonte Imagem: https://www.geledes.org.br/10-curiosidades-sobre-o-saci-perere-que-voce-provavelmente-nao-sabia/

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