A partir da análise de algumas das obras infantis de
Monteiro Lobato, este artigo propõe uma reflexão sobre a mudança de
status da personagem Narizinho na dinâmica de funcionamento do
universo lobatiano. São focalizados aqui aspectos de sua trajetória de
heroína dos textos reunidos em Reinações de Narizinho e sua transformação em coadjuvante nas aventuras e cenários posteriores, a partir da
hipótese de que as concepções de infância, de gênero, bem como as demandas sociais e seus efeitos no mercado editorial da época teriam influenciado o autor na construção e desenvolvimento da personagem.
A personagem Narizinho é a mais próxima dos adultos do Sítio e também a que mais legitima suas normas e valores, ao evocá-los constantemente e transgredi-los com moderação. A intensidade de sua participação em várias histórias e sua ausência em algumas ocorrem em oposição principalmente à atuação de Emília, personagem que se singulariza e agiganta-se ao longo da obra. Nesse contexto, Narizinho e suas
virtudes parecem resquícios de uma tradição utilitarista de literatura
para crianças, de caráter basicamente pedagógico, tendência esta que,
no Brasil, Monteiro Lobato foi o primeiro a superar.
Para acessar o artigo na íntegra:
https://www.scielo.br/j/ccedes/a/ysqfcVHPLcNq7vqQbYJxFmM/?format=pdf&lang=pt
https://www.scielo.br/j/ccedes/a/ysqfcVHPLcNq7vqQbYJxFmM/?format=pdf&lang=pt
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