sábado, 10 de julho de 2021

Dois lados da mesma viagem: a mineiridade e o Clube da Esquina



A obra de Milton Nascimento e do Clube da Esquina se tornaram, ao longo do tempo, referências estéticas essenciais para a compreensão da identidade do estado de Minas Gerais. Neste trabalho, procuramos inicialmente identificar alguns dos principais traços da história mineira e da formação de sua identidade, ou "mineiridade", e em que medida isso influenciou os integrantes do movimento. Para tanto, utilizamos teorias, sobretudo, de Zygmunt Bauman e de Stuart Hall, buscando as noções básicas sobre identidade, e aprofundando em estudiosos como Helena Bomeny e João Antônio de Paula a questão da identidade mineira. Em seguida, buscamos salientar quais elementos dessa mineiridade foram abordados por esse grupo de músicos, na forma e no conteúdo das canções estudadas. Também partimos do pressuposto que a evocação da memória de Minas feita pelo Clube da Esquina se deve, principalmente, a um esforço de se posicionar contra o projeto da ditadura militar. Para isso, utilizamos idéias de teóricos que abordam a questão da memória, como Walter Benjamin e Ecléa Bosi. Dessa forma, não só tentamos distinguir os principais questionamentos que emergiram desse corpus e das teorias utilizadas, mas também buscamos as respostas que nos parecessem mais elucidativas acerca do desenvolvimento e presença da mineiridade na obra do Clube da Esquina.

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