O objeto de estudo dessa pesquisa é a Folia Estrela do Oriente, de Juiz de Fora, Minas Gerais, no período entre 2010 e 2011. Nosso objetivo principal é inserir o estudo das Folias de Reis no contexto das pesquisas recentes da comunicação. Por meio das simbologias constituintes das Folias, investigamos as re-significações e as readaptações, elaboradas no seio das comunidades que produzem e reproduzem as festas. Procuramos, principalmente, compreender de que forma tal ritual popular dialoga com os meios massivos. Para tal, foram investigados os aspectos comunicacionais dos rituais. Suas mitologias sobrevivem por meio (e apesar) da sociedade industrial e digital. Nossa questão-problema é: de que maneira o ritual das Folias de Reis dialoga com a comunicação de massa? A pesquisa mostrou que, em culturas mestiças, flexíveis e móbeis, o popular e o massivo, o oral e o escrito, o aberto e o fechado, o centro e a periferia dialogam em tensão, incorporando elementos alheios e rompendo com oposições. Foi analisado, portanto, o diálogo entre o popular e o massivo, questão de suma importância em nossa cultura, constantemente reelaborada a partir da incorporação do alheio, formando novos textos em rede e mosaico. Nosso suporte teórico principal está nos estudos da comunicação que investigam as mediações entre cultura popular e de massa; como as manifestações populares e folclóricas são incorporadas e reelaboradas pela indústria cultural, que propiciam projeções e recriações simultaneamente? Outro ponto do trabalho é a figura do Palhaço, personagem importante da Folia, e suas máscaras que, carregadas de representatividade, disfarçam, amedrontam e escondem, permitindo ao homem apresentar a sua condição de ser e não ser . Nestas máscaras estão presentes o lendário, o sagrado e o profano, em estampas do grotesco que se apropriam de um barroco traduzido em exuberantes fantasias, desenhando o território do mestiço. Assim encontramos os mascaramentos atuais que, numa apropriação simbólica, mostram as experiências cotidianas que deixam marcas , ou máscaras sociais , criando possibilidades de camuflagem. Contribuem, para nossa fundamentação, pensadores da teoria das mediações, como Néstor García Canclini e Jesús Martín-Barbero. Das teorias da mestiçagem, podemos citar, Amálio Pinheiro, Serge Gruzinski, Peter Burke, Iuri Lotmam, Laplantine
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