O
presente estudo foca-se na trajetória percorrida pela viola caipira no Brasil,
desde sua chegada com os colonizadores portugueses até os dias atuais;
concentramo-nos em verificar a afirmação do músico Fernando Deghi: “Este é o
século da viola”. Para isso, foram reunidas informações que apontam para o fato
de a viola estar ou não em ascensão. Nossa perspectiva está pautada no viés da
Luteria, e na Análise Dialógica do Discurso, com a teorias de Mikhail Bakhtin e
o Círculo.
O universo da viola caipira tem sido,
até o final do século XX, objeto de pouco estudo. O instrumento chega ao Brasil
no século XVI, mas se mantém em cenário não erudito, ganhando cadeira em
conservatório de música apenas em 1985. Esse afastamento está mormente ligado
ao fato de a viola caipira ter sido predominantemente um instrumento de uso
popular, sobremodo das culturas de classe economicamente menos privilegiadas e
distantes do modo de vida das cidades grandes sendo, não raras vezes, objeto de
depreciação, sátira e desqualificação. Em 1930, com as primeiras gravações de
músicas de viola e do interesse de emissoras de rádio pela música caipira,
houve um primeiro período moderno de apreço ao instrumento. Nos anos 1980,
surge um grande interesse na composição e execução de música instrumental para
viola, abrindo assim o leque de uso da viola e atraindo novos personagens para
essa história.
Com o presente trabalho, argumenta-se que a viola está, sim, em
ascensão. A trajetória da viola se dá
em um ambiente musical majoritariamente monológico, abafando a sua voz, mas
essa voz tem se fortalecido e talvez venha a se posicionar polifonicamente
junto aos outros instrumentos.
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