sábado, 25 de junho de 2022

O senhor Dicionário do Folclore Brasileiro, de Luís da Câmara Cascudo

Obra sem similar na língua portuguesa, o Dicionário do folclore brasileiro reaparece conforme a última edição revista pelo autor. Milhares de verbetes sobre as superstições, crendices, mitos, danças, lendas, práticas mágicas adotadas e vividas pelo povo brasileiro em seu cotidiano.


Uma das obras mais importantes de Câmara Cascudo foi o Dicionário do Folclore Brasileiro, que contou com sua primeira edição em 1954. Organizado pelo autor e composto por verbetes classificados por ordem alfabética, escritos por vários estudiosos da cultura nacional, o livro pretendia reunir o universo folclórico das danças, cantos, festejos populares, figuras indígenas, personagens míticos, instrumentos musicais e tudo aquilo que se relacionasse com a cultura brasileira. 

A obra procura mostrar que todos os países do mundo, com seus diferentes grupos humanos, possuem um conjunto de tradições que compõe um patrimônio transmitido oralmente e que deve ser conservado e defendido através dos costumes. Tal conjunto seria também contemporâneo, porque cresce ao anexar os conhecimentos diários e as transformações pelas quais sofrem os grupos nos dias contemporâneos.



Também defende que o folclore é imortal e irá permanecer no tempo e no espaço por tempo indeterminado – ainda que exista um folclore específico relacionado aos períodos industriais, com seus mitos da grandeza das máquinas. Ou, então, que existiu um “folclore” na Babilônia ou na Grécia Antiga, ou seja, um conjunto de conhecimentos individuais ou coletivos que se tornaram de todo aquele povo e foram transmitidos para as gerações seguintes. 

Os verbetes da obra tratam dos mais variados temas. Ainda que a organização seja alfabética, poderíamos dividi-los, em primeiro lugar, entre aqueles que versam sobre as festas tradicionais, folguedos e bailes, com explicações de manifestações como o bumba meu boi; em segundo lugar, estariam as bebidas e os alimentos populares, como a forma tradicional de fazer rapadura; e, em terceiro lugar, estariam as visões e assombrações que são conhecidas por todo o Brasil, como a mula sem cabeça, o boitatá ou o lobisomem. 

A partir de então, os verbetes passam a tratar das danças características de nosso país, como o frevo ou o maracatu. Em seguida, fala-se das lutas e das artes, como a capoeira. Há uma atenção especial para o legado indígena em nossa cultura. Por fim, os autores demandam alguns verbetes para os elementos religiosos populares, como os banhos de cheiro, as defumações e as “defesas mágicas”, como os amuletos e muyraquitãs, muito comuns em algumas regiões do país.




Fonte:
http://www.clickideia.com.br/portal/conteudos/c/36/23600

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