Obra sem
similar na língua portuguesa, o Dicionário do folclore brasileiro reaparece
conforme a última edição revista pelo autor. Milhares de verbetes sobre as
superstições, crendices, mitos, danças, lendas, práticas mágicas adotadas e
vividas pelo povo brasileiro em seu cotidiano.
Uma das
obras mais importantes de Câmara Cascudo foi o Dicionário do Folclore Brasileiro,
que contou com sua primeira edição em 1954. Organizado pelo autor e composto
por verbetes classificados por ordem alfabética, escritos por vários estudiosos
da cultura nacional, o livro pretendia reunir o universo folclórico das danças,
cantos, festejos populares, figuras indígenas, personagens míticos,
instrumentos musicais e tudo aquilo que se relacionasse com a cultura
brasileira.
A obra
procura mostrar que todos os países do mundo, com seus diferentes grupos
humanos, possuem um conjunto de tradições que
compõe um patrimônio transmitido oralmente e que deve ser conservado e
defendido através dos costumes. Tal conjunto seria também contemporâneo, porque
cresce ao anexar os conhecimentos diários e as transformações pelas quais
sofrem os grupos nos dias contemporâneos.
Também
defende que o folclore é imortal e irá permanecer no tempo e no espaço por
tempo indeterminado – ainda que exista um folclore específico relacionado aos
períodos industriais, com seus mitos da grandeza das máquinas. Ou, então,
que existiu um “folclore” na Babilônia ou na Grécia Antiga, ou seja, um
conjunto de conhecimentos individuais ou coletivos que se tornaram de todo
aquele povo e foram transmitidos para as gerações seguintes.
Os verbetes
da obra tratam dos mais variados temas. Ainda que a organização seja
alfabética, poderíamos dividi-los, em primeiro lugar, entre aqueles
que versam sobre as festas tradicionais, folguedos e bailes, com explicações de
manifestações como o bumba meu boi; em segundo lugar, estariam as bebidas e os
alimentos populares, como a forma tradicional de fazer rapadura; e, em terceiro
lugar, estariam as visões e assombrações que são conhecidas por todo o Brasil,
como a mula sem cabeça, o boitatá ou o lobisomem.
A partir de
então, os verbetes passam a tratar das danças características de nosso país,
como o frevo ou o maracatu. Em seguida, fala-se das lutas e das artes, como a
capoeira. Há uma atenção especial para o legado indígena em nossa cultura. Por
fim, os autores demandam alguns verbetes para os elementos religiosos
populares, como os banhos de cheiro, as defumações e as “defesas mágicas”, como
os amuletos e muyraquitãs, muito comuns em algumas regiões do país.
Fonte:
http://www.clickideia.com.br/portal/conteudos/c/36/23600
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