segunda-feira, 28 de junho de 2021

TRAMAS MUSICAIS: Folia dos Pretos - Titane e Túlio Mourão

TRAMAS MUSICAIS: Tropeiro de Cantigas - Déa Trancoso

TRAMAS MUSICAIS: Cio da Terra - Milton Nascimento e Pena Branca & Xavantinho

TRAMAS MUSICAIS: Marcolino (MG - DP) - Pena Branca e Inezita Barroso

TRAMAS MUSICAIS: Carro de Boi - Milton Nascimento

TRAMAS MUSICAIS: Serafim e Seus Filhos - Sérgio Reis e Filhos

TRAMAS MUSICAIS: Las manos de mi madre - Anabella Zoch


Las manos de mi madre
Son como pájaros en el aire
Historias de cocina
Entre sus alas heridas
De hambre.

Las manos de mi madre
Saben que ocurre
Por las mañanas
Cuando amasa la vida
Hornos de barro
Pan de esperanza.

Las manos de mi madre
Llegan al patio desde temprano
Todo se vuelve fiesta
Cuando ellas vuelan
Junto a otros pájaros
Junto a los pájaros
Que aman la vida
Y la construyen con el trabajo
Arde la leña, harina y barro
Lo cotidiano
Se vuelve mágico.


TRAMAS MUSICAIS: O Trem Tá Feio - Banda de Pau e Corda



Carro de boi cantando...

O canto do Carro de Boi

 

Em Miraí MG encontramos com um carro de boi que canta em tons diferentes.

TRAMAS MUSICAIS: Tropeiro - Frei Chico e Rubinho do Vale

 

Sr. Brasil, 21/07/2013

TRAMAS MUSICAIS: Tropeiro (MG - DP) - Trovadores do Vale


Você me chama eu tropeiro 
E eu não sou tropeiro não 
Sou arrieiro da tropa, Marcolino
O tropeiro é meu patrão.

Menina suspenda a saia 
Moda n'água não barrar 
Que a renda custou dinheiro, Marcolino 
Dinheiro custou ganhar

Em cima daquela serra 
Tem um velho gaioleiro 
Quando vê moça bonita, Marcolino
Faz gaiola sem ponteiro

Passarinho que tanto canta 
No galho de xiquexique 
Cala boca passarinho, Marcolino
Quem se mata morto fica

TRAMAS MUSICAIS: Bandeira do Divino - Cláudio Lacerda, Rodrigo Zanc e Rici Nascimento

TRAMAS MUSICAIS: Calix Bento (Folia de Reis MG - DP) - Cláudio Lacerda, Luiz Salgado, Rodrigo Zanc, Anderson Martins e João Oliveira


III Festival de Arte Vale do Paraíba

TRAMAS MUSICAIS: Calix Bento (Folia de Reis MG - DP) - Milton Nascimento

TRAMAS MUSICAIS: Xô meu sabiá (MG - DP) - Grupo A Quatro Vozes

TRAMAS MUSICAIS: Peixinhos Do Mar (Marujada MG - DP) - Milton Nascimento

sábado, 26 de junho de 2021

TRAMAS MUSICAIS: Jequitinhonha - Consuelo de Paula

TRAMAS MUSICAIS: Laruê de Santos Reis - Grupo Raízes, Saulo Laranjeira e Dércio Marques

TRAMAS MUSICAIS: Novilho Brasileiro - Boi de Pindaré - Grupo A Quatro Vozes


TRAMAS MUSICAIS: Tenda dos Milagres





01. MILAGRES DO POVO – Caetano Veloso
02. LIVRE – Beth Bruno
03. OLHOS DE XANGÔ (AFOXÉ) – Moraes Moreira
04. É D’OXUM – MPB 4
05. ELOIÁ – Dudu Moraes
06. FLOR DA BAHIA – Nana Caymmi
07. OIÁ – Danilo Caymmi
08. AMOR DE MATAR – Tânia Alves
09. AFOXÉ – Dorival Caymmi
10. MALUCO PRA TE VER – Wálter Queiróz


TRAMAS MUSICAIS: Folia Do Divino Espírito Santo (DP) - Dércio Marques

🎧 .DOC: Congado de Santa Efigênia - Ouro Preto/MG

TRAMAS MUSICAIS: Boi da Beira - Grupo Mafuá


Interpretação de Boi da Beira de autoria de João Bá, nos remetando aos sons dos bumbas e bois do nordeste.

TRAMAS MUSICAIS: Pomba do Mato/Boi da Beira - Camerata Caipira

TRAMAS MUSICAIS: Boi da Beira - Titane e Pereira da Viola


Meu boi chegou
lá na beira do cerrado
Abre a porteira, Maria
Pra ver o meu boi encantado (...)

TRAMAS MUSICAIS: Ribeirão Encheu (DP) - Tavinho Moura

 

Linda Folia de Reis da região de Porteirinha, norte de Minas Gerais, adaptada por Tavinho Moura.

TRAMAS MUSICAIS: Peixinhos do Mar (DP) - Tavinho Moura - Violeiros do Brasil, Belo Horizonte/2009

sexta-feira, 25 de junho de 2021

O Sertão de Rosa (V)

 

"Os bois soltos não pensam como o homem. Só nós, bois-de-carro, sabemos pensar como o homem!… Mas Realejo, pendulando devagar fronte e chifres, entre os canzis de madeira esculpida, que lhe comprimem o pescoço como um colarinho duro, resmunga: – Podemos pensar como o homem e como os bois"

Guimarães Rosa - Sagarana (Conversa de Bois)


O Sertão de Rosa (IV)

 


"O sertão é uma espera enorme"

Guimarães Rosa - Grande Sertão: Veredas


O Sertão de Rosa (III)

 

“Sertão é dentro da gente”

Guimarães Rosa - Grande Sertão: Veredas

O Sertão de Rosa (II)

 

Cantar, só, não fazia mal, não era pecado. As estradas cantam. E ele achava muitas coisas bonitas, e tudo era mesmo bonito, como são todas as coisas, nos caminhos do sertão.

Guimarães Rosa - A hora e a vez de Augusto Matraga

O Sertão de Rosa (I)


 “Sertão: é dentro da gente”.

Guimarães Rosa - Grande Sertão: Veredas

A Quatro Vozes - Fitas e Folias - Música do Brasil - Ep.02

TRAMAS MUSICAIS: Mira Ira - Grupo A Quatro Vozes


Mira no olhar
Um riacho, cacho de nuvens
No azul do céu
A rolar.
Mira ira.
Mira ira, raça tupi
Matas, florestas Brasil.
Mira, vento sopra
Continente nossa América serviu.
Mira no olhar
Um riacho, cacho de nuvens
No azul do céu a rolar.
Mira ouro
Azul é o mar
Fonte, forte, esperança
Mira sol canção
Tempestade, ilusão.
Mira no olhar
Verso frágil, tecido infusiu
Mescla, morena
Canela, cachaça, bela raça.
Brasil
Ananaira, ira Irana, Ana tupi
Ananaira, ananaira, mira ira
Ananaira, mira irana, ana tupi
Ananaira, ananaira, mira ira


TRAMAS MUSICAIS: Yolanda - Grupo A Quatro Vozes


TRAMAS MUSICAIS: Señora Chichera (DP) - Grupo Tarancón


Señora Chichera me recorda o Grupo Amalé em 1988 em sua caminhada do folclore brasileiro junto com a América do Sul...

TRAMAS MUSICAIS: Canto Lunar - Grupo Tarancón


Canto da latino américa com o compasso marcado do coração...

TRAMAS MUSICAIS: Flor de Cheiro - Nando Cordel


(...) Eu queria que esse cheiro seu
Perfumasse a América do Sul
Fecundasse as flores dessa América
Que esmola novo céu azul


TRAMAS MUSICAIS: Feira de Mangaio - Mariana Aydar + Felipe Cordeiro + Marcelo Jeneci

TRAMAS MUSICAIS: Engenho de Flores - Diana Pequeno


Ê alumiô, toda terra e mar
Eu vi fortaleza abalar

Agora que eu quero ver 
Se couro de gente é pra queimar (...)
Quero o apito do engenho de flores 
Chamando pra trabalhar (...)


TRAMAS MUSICAIS: Cecília Leite - Palavra Acesa e Traduzir-se - Cecília Leite


Assisti este vídeo em Juiz de Fora em 2019 e compartilho agora esta Belíssima interpretação.

TRAMAS MUSICAIS: Fala - Secos & Molhados


Nada pra falar... Apenas escuto...

TRAMAS MUSICAIS: Traduzir-se - Os Cearenses


A temporada 2017/2018 de Os Cearenses celebra a música do Ceará dos anos 70 e 80. Uma viagem de letras e melodias que encantam gerações. Grandes Clássicos da música brasileira interpretados pela nova safra de músicos do Ceará.


TRAMAS MUSICAIS: Como Nosso Pais - Paola Delazzeri e Gabriel Lopes



TRAMAS MUSICAIS: Léo - Luisa Lacerda, Sofia Cupertino e David Rosenblit


Um pé na soleira e um pé na calçada
Um pião
Um passo na estrada e um pulo no mato
Um pedaço de pau
Um pé de sapato e um pé de moleque
Léo
 
Um pé de moleque e um rabo de saia
Um serão
As sombras da praia e o sonho na esteira
Uma alucinação
Uma companheira e um filho no mundo
Léo
 
Um filho no mundo e o mundo virado
Um irmão
Um livro, um recado, uma eterna viagem
A mala de mão
A cara, a coragem e um plano de vôo
Léo
 
Um plano de vôo e um segredo na boca
O ideal
Um bicho na toca e o perigo por perto
Uma pedra, um punhal
Um olho desperto e um olho vazado
Léo
 
Um olho vazado e um tempo de guerra
Um paiol
Um nome na serra e um nome no muro
A quebrado do sol
Um tiro no escuro e um corpo na lama
Léo
 
Um nome na lama e um silêncio profundo
Um pião
Um filho no mundo e uma atiradeira
Um pedaço de pau
Um pé na soleira e um pé na calçada


Léo, de Chico Buarque e Milton, marcou meu retorno a Belo Horizonte. Escutava, escutava... sob o abraço da Serra do Curral...

TRAMAS MUSICAIS: Disparada - Duofel

TRAMAS MUSICAIS: "Strawberry fields forever" - Duofel

quinta-feira, 24 de junho de 2021

TRAMAS MUSICAIS: Noite de Santo Reis - Xangai


Impressionante como Xangai envolve a canção com um ar clássico e rústico ao mesmo tempo, madrigal e sertanejo. Interpretação única...

TRAMAS MUSICAIS: Folia de Reis - Maria Bethânia


Boa noite quem é de dentro
Boa noite quem é de fora
Salve a hóstia e cálix bento
O menino deus e Nossa Senhora

Dê a paz a sua casa pra nossa folia
Em nome dos santos reis
E do santo filho de Maria (...)

Bethânia reafirma seu compromisso com a belíssima música popular brasileira, interpretando Folia de Reis de Roque Ferreira - cd Meus Quintais de 2014. Finda Folia!


TRAMAS MUSICAIS: Disparada - Elba Ramalho, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo


Prepare o seu coração
Pras coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar

Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo
E a morte, o destino, tudo
Estava fora do lugar
E eu vivo pra consertar

Na boiada já fui boi, mas um dia me montei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu

Boiadeiro muito tempo
Laço firme, braço forte
Muito gado e muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
Que boiadeiro, era um rei

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei



É preciso ler Disparada como quem toca a terra, sente as pessoas.  Uma das letras mais verdadeiras que já vi. Poesia nua e crua, diamante bruto da mina profunda que é a Pessoa...

TRAMAS MUSICAIS: Porto - MPB 4

TRAMAS MUSICAIS: Lamento sertanejo - Gilberto Gil


Por ser de lá
Do sertão, lá do cerrado
Lá do interior do mato
Da caatinga do roçado.
Eu quase não saio
Eu quase não tenho amigos
Eu quase que não consigo
Ficar na cidade sem viver contrariado.

Por ser de lá
Na certa por isso mesmo
Não gosto de cama mole
Não sei comer sem torresmo
Eu quase não falo
Eu quase não sei de nada
Sou como rês desgarrada
Nessa multidão boiada caminhando a esmo


quarta-feira, 23 de junho de 2021

TRAMAS MUSICAIS: Vira, Virou - Kleiton & Kledir


Vira, Virou sempre me transportou a uma grande praça num dia frio onde os pombos sobem voo sobre a arquitetura antiga da cidade grande... Estas coisas não se explicam, apenas se sentem...

TRAMAS MUSICAIS: Copo Vazio - Chico Buarque e Gilberto Gil


Escutei Copo Vazio em Vitória... É aquela música que desperta sua sensibilidade na HORA. Não se sabe se é declaração, pensamento, filosofia ou pura poesia...

TRAMAS MUSICAIS: Cálice (Cale-se) - Chico Buarque & Milton Nascimento.



Essa música acompanhou uma cena muito forte e bonita na série da damaturgia "Os dias eram assim". O pai vai à praia para jogar as cinzas de sua filha ao mar; filha perseguida pela ditadura militar. Cena profunda sob o som desta canção enigmática e haustera... Cena comovente...

TRAMAS MUSICAIS: Roda Viva - MPB 4




TRAMAS MUSICAIS: Yolanda - Ney Matogrosso



Interpretação belíssima e visceral de Ney Matogrosso! 

TRAMAS MUSICAIS: Arrumação - Elomar




TRAMAS MUSICAIS: Nosotros, Nosotras - Geraldo Azevedo e Nana Caymmi



Por muy negro que seas
No es menos hermoso
Que nosotros, que nosotros
Así me habla la paloma
Así no me hablan los otros

Por muy mundana que seas
No es menos hermosa
Que nosotras, que nosotras
Así me habla la rosa
Así no me hablan las otras

Por muy pobre que seas
No es menos sabroso
Que nosotros, que nosotros
Así me habla la tierra
Así no me hablan los otros

Por muy loco que seas
No es menos maravilloso
Que nosotros, que nosotros
Así me hablan los pájaros
Así no me hablan los otros

Por muy obrero que seas
No es menos amoroso
Que los negros, que los blancos
Las mundanas, las cristianas
Que los ricos, que los locos
Que nosotras, que nosotros
Así me habla mi amor
Así no me hablan los otros




TRAMAS MUSICAIS: Caçador de Mim - Milton Nascimento



(...) Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim (...)


Toda vez que pego o violão, é com Caçador de Mim que inicio a caminhada... Sempre foi assim.


TRAMAS MUSICAIS: A Palo Seco - Belchior, 1974



A Palo Seco é uma canção de resistência cultural para o povo sul-americano. Sempre me marcou muito. Eu tive o privilégio de cantá-la nas minhas vivências na UFJF nos meus 25 anos de idade. Nunca esquecerei isso...


TRAMAS MUSICAIS: Semeadura - Vitor Ramil e Carlos Moscardini




TRAMAS MUSICAIS: Volver A Los 17 - Milton Nascimento e Mercedes Sosa




TRAMAS MUSICAIS: San Vicente - Milton Nascimento




TRAMAS MUSICAIS: Canção Da Despedida - Geraldo Azevedo




TRAMAS MUSICAIS: Moça Bonita - Geraldo Azevedo




TRAMAS MUSICAIS: Jardim Da Fantasia - Paulinho Pedra Azul




TRAMAS MUSICAIS: Nós Dois




TRAMAS MUSICAIS: 14 Bis - Ciranda






TRAMAS MUSICAIS: A Qualquer Tempo - 14 Bis Acústico




TRAMAS MUSICAIS: Cruzada - Boca Livre e Renato Braz



Impressionante como esta canção de Tavinho Moura e Márcio Borges permanece atual. 

🎧 TRAMAS MUSICAIS: A Primeira Estrela - Milton Nascimento e Clara Sandroni



A Primeira Estrela iluminava nossa festa de aniversário na sede do DCE; grupo de amigos que comemoram aniversário, entre deles o meu. A dança seguia uma performance toda livre em que as mãos se encontravam enquanto a música fluía...

Galos, noites e quintais - Chico Anysio


Emocionante esta interpretação de "Galos, noites e quintais" por Chico Anysio. Narra a canção com uma interpretação visceral, que sempre me marcou. Baita prova de amizade ao Belchior...
Tiro o chapéu para este senhor latino-americano!

O maior mistério - Tavito e Renato Teixeira

Cavalo Bravo - Renato Teixeira

Êta Nóis - Rolando Boldrin

🎧 TRAMAS MUSICAIS: Prosa Mineira - Saulo Laranjeira e Milton Edilberto

 

TRAMAS MUSICAIS: Tropeiro - Rubinho do Vale

 

domingo, 20 de junho de 2021

Uma árvore da música brasileira

Livro analisa as influências negra e europeia na produção musical nacional, apontando expoentes e conexões de tempos passados aos mais atuais


Fruto de uma longa pesquisa que foge ao caráter acadêmico, o livro Uma árvore da música brasileira nasce da paixão de seus organizadores pelo tema. Partindo da ideia de uma árvore genealógica que cresce e se ramifica, o músico Guga Stroeter e a pesquisadora Elisa Mori analisam as influências negra e europeia na produção musical nacional, trazendo seus principais expoentes e as conexões entre artistas contemporâneos ou entre aqueles que sucederam uns aos outros.

O livro discorre sobre diferentes representações musicais brasileiras, indo desde a modinha, o lundu, o maxixe, o choro, o samba, o baião, o caipira, o sertanejo, a bossa nova, passando por movimentos como a jovem guarda, a tropicália e o mangue beat, até chegar no rock, no hip hop e na música eletrônica.

Composto por 23 artigos, a publicação apresenta as reflexões de diferentes profissionais da música – como artistas, pesquisadores e produtores musicais – a respeito das impressões e experiências vividas por esses autores em relação ao gênero sobre o qual se propuseram discutir. Temos, assim, “MPB” por Fernando Faro, “Caipira e sertanejo” por Paulo Freire, “Festivais” por Solano Ribeiro, “Música instrumental” por Nelson Ayres e “Tropicália” por Júlio Medaglia, entre outros.

O trabalho é acompanhado por um pôster encartado que reproduz uma árvore e expõe as múltiplas ramificações da música brasileira. O leitor encontrará também uma linha do tempo em que é possível acompanhar a evolução de cada gênero musical. Ambos podem ser visualizados e baixados gratuitamente:




Texto extraído de: 
https://www.sescsp.org.br/online/edicoes-sesc/930_UMA+ARVORE+DA+MUSICA+BRASILEIRA#/tagcloud=lista


Os Pilares da Música Popular Brasileira e Cabo-Verdiana: Modinha, Lundu e Morna

 

Pintura de Rugendas, A Dança do Lundu, 1835 

Trataremos neste artigo de comparações entre a Morna caboverdiana e os gêneros poético-musicais brasileiros do século XVIII, a Modinha e o Lundu. A partir da teoria do musicólogo cabo-verdiano Vasco Martins, presente na obra A Música Tradicional Cabo-Verdiana (1988) delinearemos o percurso que teria sofrido a Morna desde seu primeiro registro no século XVIII, discutindo os possíveis traços em comum entre ela e as cantigas populares brasileiras mencionadas. A obra de Martins demonstra que a Morna é o resultado da adaptação do Lundu e da Modinha brasileiros à sociedade mestiça de Cabo Verde.

Para acessar o artigo na íntegra: 

sábado, 19 de junho de 2021

Selo Marcus Pereira

 


 
A gravadora Discos Marcus Pereira foi o mais importante projeto fonográfico nacional. Hoje seus discos estão praticamente todos fora de catálogo, apodrecendo nos porões da gravadora EMI. Este texto conta sua história, que de tão brasileira, parece uma alegoria de nosso país.

A gravadora foi a primeira no país a adotar uma política de produção alternativa, fora da indústria cultural, de grandes grupos fonográficos e do mecenato estatal. É a inspiradora da saudável proliferação de pequenas gravadoras voltadas para a qualidade e diversidade da música brasileira. Se hoje tempos Rob Digital, Núcleo Contemporâneo, Acari, Biscoito Fino e CPC-Umes, a ela devemos.

Quando a gravadora acabou, seu precioso acervo foi parar com a gravadora Copacabana, que também encerrou suas atividades, terminando tudo em posse da pequena distribuidora ABW, que chegou a lançar muita coisa da Marcus Pereira em CD. Há alguns anos a EMI comprou todo o acervo nas mãos da ABW. Eles estavam interessados no vasto catálogo de jovem guarda da Copacabana, pois boa parte dos dirigentes das grandes gravadoras são oriundos deste movimento musical.

Enquanto os fonogramas de iê-iê-iê começaram a ser relançandos pela multinacional, o acervo da Marcus Pereira foi imediatamente esquecido. Se quando estava nas mãos da ABW era possível encontrar em CD dezenas de seus discos, hoje os discos em catálogo não completam os dedos de uma mão e os demais apodrecem nos porões da EMI. Um verdadeiro atentado à memória nacional.

A história da Discos Marcus Pereira mistura variadas doses de paixão, dificuldades financeiras e políticas, amizade, descaso e muito idealismo, tudo ao som da melhor trilha sonora que este país já produziu. Sua história é tão brasileira, mas tão brasileira, que mais parece uma alegoria sobre nosso país. A começar pelo lugar onde surgiu.



Bares e botequins são templos de cultura nacional. Um grupo de amigos e amantes de música brasileira frequentava o bar Jogral na cidade de São Paulo. Entre eles estavam o publicitário Marcus Pereira e o dono do bar Luis Carlos Paraná. O Jogral era o grande ponto de encontro da boa música brasileira na cidade. Em 1967, reunindo amizades e afetos para homenagear o compositor Paulo Vanzolini, lançavam o disco “Onze Sambas e uma Capoeira”.

O LP, que também marcava a estréia artística de Cristina Buarque, trazia a marca “Jogral”. No ano seguinte gravavam com gente da casa algo que há muito não acontecia: um disco de choro. Era o “Flauta, Cavaquinho e Violão”. O pretexto era dar os discos como brinde de fim de ano da empresa de Marcus. Outros discos foram saindo, um melhor do que o outro. Em 1973, a coleção de 4 discos “Música Popular do Nordeste” vale a Marcus o prêmio Estácio de Sá do MIS do Rio. Era o pretexto que faltava para abandonar sua rentável agência de publicidade e cuidar de uma nova empresa, a Discos Marcus Pereira.

Se você for fazer uma listagem sobre os melhores discos brasileiros de todos os tempos, a Marcus Pereira marcará presença com um número impressionante para uma pequena gravadora. Não faltarão na lista os dois primeiros do Cartola, o “Na Quadrada das Águas Perdidas” de Elomar, a Orquestra Armorial dirigida pelo Maestro Guerra Peixe, o “Violão Brasileiro Tocado pelo Avesso” de Canhoto da Paraíba e muitos outros. Se hoje aparecem projetos que visam mapear a música feita no Brasil, eles copiam a sua série de 16 LPs com músicas de cada região brasileira. Eles abriram espaço para a música de estilos tão diversos quanto a Banda de Pífanos de Caruaru ao experimentador Walter Smetak.



A década de 70 viu um ressurgimento do choro e a gravadora foi o principal suporte fonográfico do movimento, gravando discos sensacionais de Abel Ferreira, Raul de Barros, Canhoto da Paraíba, Carlos Poyares, Altamiro Carrilho e tantos outros. Gravou uma série de discos de samba, onde cada um era dedicado a uma das mais tradicionais escolas, Salgueiro, Portela, Mangueira e Império Serrano.

Neles era contada sua história artística através dos grandes nomes de cada uma. Só o disco da Portela pode ser considerado o quinto disco da sua Velha Guarda, com participações de Monarco, Alcides Malandro Histórico e Alvaiade. Os demais reuniam gravações de baluartes de cada agremiação, como Tio Hélio, Mano Décio da Viola e Padeirinho.

A mais alta estirpe da música brasileira gravou ou participou de seus discos. Muitos entraram em estúdio pela primeira vez. Foram 144 discos em menos de 10 de anos de existência. Passaram por lá Abel Ferreira, Altamiro Carrilho, Arthur Moreira Lima, Banda de Pífanos de Caruaru, Canhoto da Paraíba, Carlos Poyares, Carmem Costa, Cartola, Celso Machado, Chico Buarque, Chico Maranhão, Clementina de Jesus, Dercio Marques, Dona Ivone Lara, Donga, Elba Ramalho, Elomar, Evandro do Bandolim, Jane Duboc Luperce Miranda, Nara Leão, Orquestra Armorial, Papete, Paulo Marquez, Paulo Vanzolini, Quinteto Armorial, Quinteto Villa-Lobos, Raul de Barros, Renato Teixeira, Roberto Silva, Tia Amélia e muitos outros.

Só que os negócios eram dureza. Alegando que seu trabalho estava voltado para a pesquisa, Marcus conseguiu um financiamento da FINEP que bancou boa parte de seus discos, como o resto da coleção que mapeou a música do Brasil e os de Cartola e Donga. Chegou a hora de pagar os juros. A dificuldade de distribuição (sempre ela!) o sujeitou a um contrato leonino com a gravadora Copacabana. Marcus conseguia tirar leite de pedra para manter seu sonho.

Em fevereiro de 1982, após a grave recessão de 79, a gravadora enfrentava sérias dificuldades financeiras. Suas dívidas acumulavam. A gravadora que levava seu nome estava indo à falência. Neste momento difícil que passava o trabalho e sonho de uma vida, problemas pessoais agravara a situação. Marcus Pereira então se suicidou.


Texto extraído de: http://www.discotecapublica.com.br/site/materias/discos-marcus/

Discos Marcus Pereira: Uma história musical do Brasil

 

 
Este projeto de Trabalho de Conclusão de Curso é um livrorreportagem sobre a Discos Marcus Pereira, gravadora independente de vida curta (1973-1981), mas de fundamental importância na história da música popular brasileira. Fundada pelo publicitário paulistano Marcus Pereira, o selo, além de lançar trabalhos de artistas como Cartola, Paulo Vanzolini, Donga, Elomar e Quinteto Armorial, dedicou-se a registrar em disco manifestações culturais e folclóricas de todas as regiões do país. Com projetos ambiciosos, mas de baixo retorno financeiro, a Discos Marcus Pereira foi somando dívidas ao longo de sua existência, abreviada pelo suicídio de seu fundador, em 1981. Para contar essa história, o TCC une entrevistas e pesquisa realizada em estudos acadêmicos, reportagens da época, livros sobre música brasileira e nos próprios discos da gravadora.

TRAMAS MUSICAIS: LUIZ CLAUDIO - CANTIGAS (1973) (Selo Marcus Pereira)


01 Amo-te muito 
02 Mucama 
03 Cantigas
04 É a ti flor do céu 
05 Sereno da madrugada 
06 Menina das tranças 
07 Estrada branca 
08 Elvira escuta 
09 O galo cantou na serra 
10 Gavião de penacho
11 Correnteza


TRAMAS MUSICAIS: Minas Sempre-Viva – Pesquisa Histórica Do Folclore Mineiro (1982) - Luiz Cláudio

 

Lembrança sempre-viva... Sempre-viva minha mãe dizia chamando minha madrinha... Era menino e me encantei com aquele grande livro de capa dura da casa de minha tia. O livro abraçava dois discos com músicas que cantávamos na fazenda nas férias de oitenta e pouco... Tratei de pegá-lo emprestado e maquinei com meu pai a gravação com recurso disponível no momento: tocá-lo na vitrola e gravá-lo em fita k7 na boca da caixa de som. Viva, finalmente tinha aquele som imaginário comigo...

Livro, obra de arte de Luiz Cláudio, lançado em 1982 pela Léo Christiano Editorial. Hoje fora de catálogo, se tornou peça cobiçada entre colecionadores. Reúne em um único objeto, música, artes plásticas e cultura popular. Uma pesquisa histórico-musical do folclore de Minas Gerais, ilustrado com as próprias pinturas e desenhos de Luiz Cláudio. 





Décadas se passaram e finalmente consegui adquirir um exemplar do livro através da internet. Outros tempos... E agora compartilho com todos este sentimento sempre-vivo, pois como diz o poeta: 

"Ah meu Curvelo, 
vontade de ser agora
Menino ainda,
 não tendo que ir embora..."


1 Elvira, Escuta

2 A Sempre-Viva

3 É a Ti, Flor do Céu

4 Meiga Virgem

5 Zum-Zum – Peixe Vivo (DP)

6 Amo-te Muito

7 Alecrim Dourado (DP)

8 Sereno da Madrugada

9 A Perpétua – Tim-Tim (DP)

10 O Gondoleiro do Amor

11 Acorda, minha Beleza

12 Mucama

13 Varrer-te da Memória

14 Gavião de Penacho (DP)

15 Papagaio – Periquito (DP)

16 Viola de Bolso

17 Monjolo

18 Lugar tão Lindo

19 Cantigas (DP)

20 O Galo cantou na Serra (DP)