terça-feira, 31 de maio de 2022
"Outras Américas" de Sebastião Salgado
"Terra" de Sebastião Salgado completa 25 anos
A cerca de 2.700 km dali, no mesmo dia, em uma curva de Eldorado do Carajás, no Pará, outros sem-terra, que seguiam até Belém, foram atacados pela Polícia Militar em uma ação para desbloquear a rodovia PA-150. A ação deixou 19 sem-terra mortos.
Salgado recebeu a notícia ainda no Paraná e viajou em um avião alugado para o sudeste do Pará no dia seguinte. Em meio ao sepultamento coletivo das vítimas, ele fotografou Luiza Alves sentada em uma cadeira, rodeada por pessoas, chorando a morte do filho Oziel, 17, a vítima mais jovem.
Meses antes do massacre, ela, o marido e os outros filhos tinham embarcado para Confresa (MT) porque Luiza queria ficar perto da mãe. Deixaram no Pará dois filhos: Oziel, que sonhava com um pedaço de terra que desse sossego aos pais, e Antônio, mais velho que o irmão.
“Tem muita coisa que não lembro mais, não. Da hora que eu vi ele, eu não dei conta de nada mais, fiquei por conta dos outros, sabe? Não posso olhar para [a foto], que é uma lembrança muito triste. Olho e fico mal”, diz Luiza hoje, aos 71, emocionada.
“Eu reconheci ele um pouco pela testinha, o cabelo. O rosto estava diferente. Só reconheci da testa para trás. Era ele mesmo.”
Os momentos daquele abril, época de mobilização forte do MST pelo país, são alguns dos registros feitos durante cerca de dois anos em que Salgado acompanhou o movimento, reunidos no livro “Terra” (Companhia das Letras), há 25 anos.
A ideia surgiu quando o fotógrafo acompanhava o deslocamento de populações pelo mundo e entrou em contato com o MST para entender o abandono do campo em direção às cidades no Brasil, que mudava o desenho do país.
As imagens de “Terra”, desde a vida comum nos acampamentos à dor da violência, viajaram o mundo com 2.000 kits de exposição impressos, lançamento em cidades como São Paulo, Rio e Lisboa, ajudaram na compra da sede do movimento na capital paulista e com o terreno da Escola Florestan Fernandes, em Guararema (SP).
O projeto, com prefácio do português José Saramago e músicas de Chico Buarque, teve ainda uma quarta autoria, lembra Salgado, sua esposa Lélia Wanick Salgado.
“O livro é um manifesto político feito por quatro autores. A gente só fala das minhas fotografias, do Saramago e do Chico, mas a Lélia que concebeu o livro, imaginou pela primeira vez na história da fotografia uma exposição tirada em 2.000 exemplares”, diz ele.
O contexto, diz, era um Brasil em crise econômica e social, com grande contingente de sem-terra pelo país, e ao mesmo tempo, com repressão aos movimentos.
“O livro, as fotos em cartazes, os eventos, contribuíram para a difusão da luta do MST e também lhe deram uma certa proteção de apoio da opinião pública. A nível nacional, a opinião pública brasileira, e em especial a grande imprensa, se deu conta de que o MST era um movimento justo e necessário para combater o atraso das forças produtivas no campo, gerar emprego e futuro para milhões de brasileiros olvidados”, afirma.
Entre as fotografias mais conhecidas estão dois retratos de meninas sem-terra, que viviam em acampamentos com as famílias, em busca de terra.
Uma delas, Joceli, então aos cinco anos, com olhos claros que encaram a câmera, Salgado encontrou no Paraná. Hoje, ela vive em um pré-assentamento na mesma região, ainda à espera do próprio lote e prefere não dar entrevistas.
O local onde vive é uma das 70 comunidades do MST no estado, que lutam pela regularização e formalização das terras, segundo o movimento. Há acampamentos no Paraná onde as famílias esperam há mais de 20 anos por um pedaço de terra.
A outra menina, Nete Alves Silva, também de olhar marcante, tímida pela falta de costume com a câmera, posou para ele em uma escola em Barra da Onça, Poço Redondo, no sertão de Sergipe.
Hoje, aos 34, Nete está assentada na região com o marido e o filho David Walter, de nove meses.
A foto, que ela tem em um quadro em casa, foi usada ainda na Campanha da Fraternidade, da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em 1998.
“Eu lembro que a situação era difícil, a gente comia a merenda da escola, porque não tinha comida em casa”, lembra.
“É imoral o que passou, o que se passa no campo brasileiro hoje. Tudo isso, toda essa política reacionária do campo, acabou gerando essa monstruosidade que está no poder hoje no Brasil, o Bolsonaro é o fruto de tudo isso.”
O MST é frequentemente citado pelo presidente em discursos. Stedile responde dizendo que Jair Bolsonaro (PL) defende ideias fascistas e irresponsáveis, que incitam uso de armas e violência, sem resolver questões como produção de alimentos e emprego.
“Infelizmente muitas famílias estão acampadas há muitos anos, sobretudo porque, desde a eclosão da crise capitalista em 2014, e depois com o golpe contra a Dilma, o estado brasileiro e os governos existentes abandonaram a reforma agrária e as políticas públicas de apoio ao modelo da agricultura familiar”, avalia.
Passados 26 anos desde o massacre de Carajás, Antônio, irmão de Oziel, que ficou com ele no Pará, foi assentado, e diz que dói pensar na forma como o irmão morreu.
Para Eric Nepomuceno, autor de “O Massacre: Eldorado dos Carajás: Uma história de impunidade” (Record), o episódio mostra como a Justiça brasileira é falha, quando se trata de pessoas poderosas.
“Eu definiria o massacre de Eldorado do Carajás como especialmente simbólico. Não apenas pelo número de vítimas: é que ele foi documentado. Houve testemunhas de fora, não apenas entre os sobreviventes. Ficou o registro da barbaridade não só das forças de segurança, mas também dos mandantes e da omissão criminosa de um governo estadual. O mais preocupante é que a violência contra lideranças populares dos sem-terra continua matando gente”, diz.
Há ainda cerca de 28 pessoas que se denominam mutilados de Carajás, feridos que vivem com sequelas e nunca tiveram reparação, conta Lindomar de Jesus Cunha, o Mazinho, que estava com Oziel no dia do massacre.
“Estamos trabalhando para mover uma ação contra o Estado. É uma batalha difícil, porque se passaram 26 anos, prova some, papel se acaba e hoje as pessoas precisam provar que estavam no massacre. Às vezes, a pessoa está na fita, mas como está diferente hoje, a perícia não quer reconhecer”, conta ele.
“Eu tinha 22 anos, hoje tenho 45. Tenho um pedaço de bala na perna ainda”.
No Brasil, desde a divisão de terras nas capitanias hereditárias, com a chegada dos portugueses, se perpetuou a ideia da terra como título de nobreza, quando deveria ser usada para trabalho e produção, diz Salgado.
“[Carajás é] uma lembrança marcante, mas vi coisas fabulosas em relação ao MST, vi assentamentos em Santa Catarina produzindo erva-mate, assentamentos fantásticos, vi pessoas no interior do Paraná vivendo felizes, vi escolas rústicas, escolas primárias para crianças, vi funcionar os assentamentos e isso para mim foi uma coisa colossal”, afirma.
segunda-feira, 30 de maio de 2022
COTIDIANO: Gente de minha terra
O povo de minha terra é assim...
De cozinha esfumaçada, abraço quente e andar ligeiro
A gente de minha terra tem sonho e costela,
fala alongada e canto forte
As pessoas de minha terra são que nem bichos... Gracias!
Ah... quem me dera eu também fosse bicho de olhar arregalado só pra ser feliz como eles...
De esguio, arrebatado, sigo no caminho de minha gente,
atado de mão e mente pelo brilho da pedra negra desse Catembá
Gente de minha terra I
Frederico do Valle
🎧 TRAMAS MUSICAIS: Cd Último Trem - Milton Nascimento
GRUPO CORPO
Depois da estreia de Maria Maria [1976], chegamos a 1980 e Paulo e Rodrigo Pederneiras falam um pouco sobre os caminhos trilhados, que aqui nos levam ao “Último Trem”, conduzido pelo mesmo trio criativo de Maria Maria – com coreografia de Oscar Araiz e música de Milton Nascimento/Fernando Brant.
“Ponta de Areia, ponto final
da Bahia-Minas, estrada natural
que ligava Minas ao porto, ao mar
caminho de ferro mandaram arrancar”.
🎧 TRAMAS MUSICAIS: Cd Maria Maria/Último Trem - Milton Nascimento
quarta-feira, 4 de maio de 2022
Livro digital de acesso gratuito lança olhar contemporâneo sobre o fandango Caiçara de Cananeia
Com raízes ibéricas e identidade genuinamente caiçara fortalecida no litoral Sul e Sudeste do Brasil nos últimos três séculos, o fandango caiçara é reconhecido, desde 2012, como Patrimônio Cultural Imaterial nacional. Em Cananeia, primeira vila fundada pelos portugueses no Brasil, em 1531, o fandango encontrou um terreno fértil para se desenvolver como prática festiva de integração comunitária ao final de mutirões nas comunidades tradicionais caiçaras do município. O livro “Amanhece!” revisita essa trajetória ao longo de 124 páginas com links para vídeos, áudios e até histórias em quadrinhos que buscam aproveitar o melhor das ferramentas online disponíveis para livros digitais.
Idealizado pelo educador Cleber Rocha Chiquinho e escrito por ele, pela jornalista caiçara Catharina Apolinário de Souza e pelo também pesquisador de cultura caiçara Fernando Oliveira Silva, “Amanhece! Patrimônio, Memória e História do Fandango Caiçara em Cananeia” revela a mais importante manifestação popular da cidade também pela sua faceta contemporânea. As participações crescentes de jovens e de mulheres nas apresentações musicais, poéticas e coreográficas evidenciam a renovação do fandango em meio a um cenário que conta com sete grupos em atividade no município, em uma mistura criativa de mestres e aprendizes.
Das canções passadas de pai para filho nas famílias Pereira e Neves aos desafios para manter viva a tradição no quilombo do Mandira, das diferenças entre as danças à incorporação de novos instrumentos musicais, uma série de histórias curiosas faz do livro uma referência inédita no universo da cultura popular. Tanto as entrevistas quanto as belas fotos de Maurício Velloso que se somam ao acervo do grupo foram produzidos em meio aos desafios da pandemia de Covid-19 com verba aprovada em edital pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) 2020, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.
“Amanhece!” é uma iniciativa multiplataforma da organização social Ponto de Cultura Povos da Mata Atlântica e faz parte do Programa Puxirão, que desde 2009 trabalha para salvaguardar, registrar e disseminar o fandango caiçara. Para o fandangueiro Beto Pereira, “esse trabalho vale ouro. Esta turma merece um troféu por fazer este trabalho, em plena pandemia, para valorizar o fandango, que é a minha vida e a maior alegria que tenho”, afirma. O fundador do Ponto de Cultura Povos da Mata Atlântica, Fernando Oliveira, credita todo o mérito aos fandangueiros. “O fandango é uma cultura viva que precisa ser valorizada. Nosso objetivo era lançar o livro presencialmente, com um grande baile caiçara, mas decidimos adiar devido à pandemia. Esperamos que no segundo semestre possamos realizar esse evento”, continua Fernando.
“Amanhece!” celebra a parceria do Ponto de Cultura com os jornalistas Catharina Apolinário de Souza, coautora dos textos, e Daniel Nunes Gonçalves, editor da Same Same, editora independente voltada para temas sobre diversidade cultural. O design é assinado pelo diretor de arte Ricardo Godeguez, finalista do Prêmio Jabuti em 2020, na categoria projeto gráfico, pelo livro anterior da Same Same, “Paisagens Gastronômicas”, sobre pequenos produtores de alimento do estado de São Paulo. Quem assina o prefácio é a educadora Maria Rita Basso, radicada em Cananeia. Por fim, as ilustrações ficaram por conta do criativo artista visual Bruno Romão, que tem um trabalho de pesquisa sobre cultura popular brasileira, cultura urbana e memória. Este coletivo multidisciplinar acredita na cultura, na arte e na educação como ferramentas de transformação da sociedade.
terça-feira, 3 de maio de 2022
UMA IMAGEM, MIL PALAVRAS: Entre fronteiras da pedra e do barro - o ofício das panelas em Minas e Espírito Santo
Fonte Imagem:
http://www.eu-gourmet.com/2014/02/a-panela-de-barro.html
https://www.dicasonline.com/tipos-panela-fogao-a-lenha/
UMA IMAGEM, MIL PALAVRAS: Cultura pantaneira/MS
UMA IMAGEM, MIL PALAVRAS: Seu Miguel, violeiro do município de São Francisco, no Norte do MG
UMA IMAGEM, MIL PALAVRAS: Artesão e o ofício da pedra sabão em Mariana/MG
Fonte Imagem: https://www.hojeemdia.com.br/minas/panelas-de-pedra-sab-o-alimentam-cultura-imaterial-em-mariana-1.238431
segunda-feira, 2 de maio de 2022
O Brasil imaginado em quadrinhos na revista Pererê (1960- 1964)
Através das conexões entre arte e política; procuramos compreender como o Brasil foi imaginado nas páginas da revista em quadrinhos Pererê (out. 1960- abr. 1964); de Ziraldo. Defendemos que esta construção se dá tanto do ponto de vista estético quanto do político-institucional: Pererê; publicada pela Editora O Cruzeiro e primeira revista em quadrinhos de autor brasileiro a contar com grandes tiragens no concorrido mercado brasileiro; lançou histórias sobre Revolução Cubana; Brasília; brincadeiras infantis; um Papai Noel estrangeiro e uma versão fora de forma e gananciosa de Tarzan; por exemplo. Ao mesmo tempo; artistas organizavam-se em torno da reserva legal de mercado para o quadrinho nacional dentre eles; Ziraldo. Sendo assim; a pesquisa procura analisar como Ziraldo; através de Pererê; pôde conciliar o caráter autoral de sua obra com as necessidades do mercado de quadrinhos e com as discussões gerais em torno de temas como nacionalismo e cultura popular presentes naquele período e como tudo isso contribuiu para uma visão imaginada do Brasil.
Para acessar a dissertação na íntegra:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=181773
O Brasil visto do Sítio
Para acessar o artigo na íntegra: https://revistapesquisa.fapesp.br/o-brasil-visto-do-s%C3%ADtio/
O caipira Chico Bento e a preservação do nacional na obra de Maurício de Sousa
Para acessar a dissertação na íntegra: https://tede.ufrrj.br/jspui/handle/tede/630
Breve história da Fotografia
demais manifestações artísticas (pintura, música, literatura, entre outras). A fotografia documental continua a ser desenvolvida, apesar de ter perdido espaço para a televisão e o cinema. Aumenta o uso da cor, em especial na fotografia de moda e de publicidade.
Os funcionários da agência Sygma, em Paris (França), entram em greve, em protesto contra a decisão dos proprietários de reformular os contratos dos fotógrafos, que se tornariam os únicos responsáveis por seus gastos em viagens de trabalho, trabalhando a partir de então em regime de free-lance.
Fonte: ALMAMANQUE ABRIL - 2005. São Paulo: Editora Abril, 2005.
Desenho - história dos quadrinhos no Brasil
1905 – Surge O Tico-Tico, a primeira revista infantil brasileira a publicar história em quadrinhos, lançada pelo jornalista Luís Bartolomeu de Souza e Silva. Publicada em cores, pela editora O Malho, é inspirada na revista francesa La Semaine de Suzette, cuja personagem principal recebe no país o nome de Felismina. Exceto por algumas criações nacionais – como Jujuba, de Jota Carlos; Chico Muque, de Max Yantok; e Reco-Reco, Bolão e Azeitona, de Luís Sá –, a maioria dos desenhos e histórias são reproduções de originais estrangeiros. O mais famoso personagem, Chiquinho, é uma cópia de Buster Brown, de Richard Outcault. As décadas seguintes testemunham algumas tentativas de publicação de histórias em quadrinhos no país, com as revistas O Tatuzinho, O Juquinha e O Cômico Infantil, que atingem relativo sucesso, mas acabam por desaparecer em poucos anos dos pontos-de-venda.
1934 – Adolfo Aizen impulsiona a produção de quadrinhos no país ao editar o Suplemento Infantil, encarte semanal do jornal carioca A Nação. Com o sucesso alcançado, a publicação torna-se independente e adota o nome de Suplemento Juvenil. Além do primeiro personagem brasileiro a alcançar projeção nacional –Roberto Sorocaba, criação de Monteiro Filho –, traz também histórias estrangeiras, como Flash Gordon, Mandrake, Tarzan, Popeye e Mickey.
1937 – Para concorrer com o Suplemento Juvenil, o jornalista e empresário Roberto Marinho lança o Globo Juvenil, consegue exclusividade com a King Features Syndicate (1939) e passa a publicar quase todos os grandes sucessos do concorrente. Renato Silva, com A Garra Cinzenta, é o precursor das histórias de terror. A história é publicada na Gazetinha, em São Paulo.
1939 – Lançamento de Gibi, nome que até hoje é sinônimo de revista em quadrinhos. Em seu primeiro número apresenta, entre outras histórias, Li’l Abner (Ferdinando), de Al Capp; César e Tubinho, de Roy Crane; e Barney Baxter, de Frank Miller.
Década de 1940 – A Editora Brasil-América (EBAL), fundada em 1945 por Adolfo Aizen, intensifica a produção dos comic books. Entre seus títulos estão a Edição Maravilhosa e o Álbum Gigante, que traziam a quadrinização de romances clássicos brasileiros, com desenhos de André Le Blanc, Nico Rosso, José Antonio Rossin e Nilo Cardoso, introduzidos por belíssimas capas do pintor Antonio Euzébio. Nessa época se destacam as revistas Gibi Mensal, O Gury, O Lobinho e o Globo Juvenil Mensal.
Década de 1950 – Victor Civita funda a Editora Abril e lança a revista O Pato Donald, o primeiro dos personagens Disney que traz para o Brasil. Surgem histórias de terror que revelam nomes como Jayme Cortez, Rodolfo Zalla, Júlio Shimamoto, Eugênio Colonnese, Nico Rosso e Flávio Colin. Péricles sobressai com O Amigo da Onça (1952), publicado durante vinte anos em O Cruzeiro. Em 1959, Pererê inova ao tratar de temas como reforma agrária e ecologia. Seu autor, Ziraldo Alves Pinto, cria outros personagens tipicamente brasileiros, como The Supermãe e O Menino Maluquinho. Carlos Zéfiro, pseudônimo de Alcides Caminha, desenvolve os catecismos, quadrinhos pornográficos vendidos clandestinamente.
Década de 1960 – Com A Turma da Mônica, Mauricio de Sousa dá início ao maior sucesso editorial na área de quadrinhos já obtido no país, trabalhando com produção em série e merchandising. Apesar da concorrência com os quadrinhos norte-americanos, exporta para os Estados Unidos, a Europa e a América Latina. Outros destaques são O Pato (1966), de Cecília Alves Pinto; e o Capitão Cipó (1968), de Daniel Azulay.
Década de 1970 – Durante o regime militar, os quadrinhos de crítica social destinados a adultos sofrem censura. Há trabalhos isolados, como o de Henfil, com Os Fradinhos no Pasquim e A Graúna no Jornal do Brasil; e o de Jaguar, com Chopinics. O Balão, fanzine nascido na Universidade de São Paulo (USP) em 1972, revela Luís Gê, Laerte, Kiko, Angeli e Paulo e Chico Caruso. No início de 1970, a Editora Abril publica a revista Mônica, com o mais famoso personagem de Maurício de Sousa, que rapidamente atinge grande sucesso e sinaliza para o posterior predomínio do autor nos quadrinhos infantis. A revista Crás, pela mesma editora, que almejava abrir espaço para os autores brasileiros, não atinge sucesso, sendo cancelada depois de alguns números.
Década de 1980 – A imprensa abre espaço para os quadrinhos de Laerte (Piratas do Tietê), Glauco (Geraldão) e Angeli (Chiclete com Banana), além de Chico e Paulo Caruso (Avenida Brasil) e Fernando Gonsales (Níquel Náusea). Angeli, Laerte e Glauco se unem para lançar Los 3 Amigos. Luís Fernando Veríssimo destaca-se com as tiras Ed Mort, ilustradas por Miguel Paiva, e Família Brasil.
ALMAMANQUE ABRIL - 2005. São Paulo: Editora Abril, 2005.
Fonte do Espaço Galeria na ordem sequencial da apresentação:
(01) http://todanovidade.com.br/curiosidades/fotografia-artistica/
(02) http://384ac.com.br/literatura/escritor-ziraldo-diz-bienal-livro-que-pais-nao-percebem-como-filhos-ficaram-idiotas/#
(03) http://zelhumortotal.blogspot.com.br/2010/10/ziraldo-caricatura-mestre-do-humor.html
(04) http://tmjovem.wordpress.com/2009/08/12/revista-que-conta-tudo-sobre-mauricio-2/
(05) http://www.sandrofortunato.com.br/salgo/2009/04/18/lembrancas-do-pais-das-fabulas/
(06) http://www.danielazulay.com.br/cursos/m_escolas.htm